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A saúde mental na pandemia do coronavírus

O isolamento social e seus reflexos na sociedade

Por Dr. Bruno Camarota - colunista sobre Medicina

Após a chegada da corona vírus, o mundo não foi o mesmo. Nunca, após o fim da segunda guerra mundial, o mundo enfrentou tamanha crise econômica, sanitária e de distúrbios mentais. A partir da declaração por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), que considerou que o vírus simultaneamente infectava todos os continentes do mundo, ou seja a pandemia. Houve mudanças drásticas nos hábitos, costumes, rotinas das pessoas em todo o mundo.

Por não haver vacinas ou tratamento eficaz contra esta doença, a OMS adotou como garantia, afim de evitar a disseminação rápida deste vírus, o chamado isolamento social. Somente assim seria possível, de acordo com as autoridades deste órgão, o necessário tempo para que os países preparassem seus sistemas de saúde para atender a demanda de casos graves desta doença. Outra medida, de acordo com a OMS, seria cada país oferecer auxílio financeiro durante este período para as populações mais vulneráveis.

Entretanto, vários líderes mundiais, inclusive líderes brasileiros e italianos, inicialmente, minimizaram este alerta da OMS. O resultado prático foi um colapso no sistema italiano, principalmente no norte da Itália. Vários fatores podem ter influenciado neste colapso: rápida disseminação do vírus naquela região (suspeita-se que foi logo após a aglomeração de público no jogo do Atalanta da Champions), presença de pessoas que vieram de áreas contaminadas previamente, população mais idosa naquela região da Itália, insuficiência de insumos hospitalares por falta de ações coordenadas entre as esferas de Governo, isolamento tardio feito pelo Governo.

No Brasil, infelizmente, a situação também não é muito diferente. Há uma divergência de ações entre as esferas dos Governos. O Presidente do Brasil resolveu desconsiderar o isolamento social e relativizar a letalidade da doença, descartando a indicação orientada pela OMS. Os Governos estaduais e municipais adotaram o isolamento social como medida afim de minimizar a aceleração de transmissão da doença e reforçar o sistema de saúde de cada região com compras de insumo e hospitais temporários.

O resultado desta divergência é cada vez um aumento mais acelerado das incidências da doença da população e um aumento vertiginoso no número de mortos. Outra consequência da pandemia para os países foi a crise econômica, pois restaurantes, indústrias entre outros componentes da economia, exceto os serviços essenciais, não poderiam funcionar. Isto mostra uma retração do PIB local e mundial, refletindo no empobrecimento geral da população. Ações por parte dos Governos mundiais às populações vulneráveis não tem se mostrado eficazes no controle desta vertente. Cabe ressaltar que existe uma outra consequência em relação a pandemia, que é a crise na saúde mental. O isolamento social promove uma castração temporária da liberdade do indivíduo. Além disso, neste período promoveu mudanças nos hábitos e costumes individuais de forma abrupta.

Outros fatores como a redução do ganho financeiro, desemprego, aumento do convívio familiar de forma forçada em um espaço, a maciça informação promovida pelos meios de comunicação sobre um determinado tema promoveram um favorecimento crescimento em esferas elevadas dos casos de síndrome de pânico, depressão, ansiedade, estresse, transtorno obsessivo compulsivo e tentativas de suicídio. Estudos promovidos pela UERJ, estimam que houve um aumento de duas a três vezes de casos de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais na população de uma forma geral neste período de pandemia.

Outro dado que é digno de nota, o aumento de 50% das vendas de medicamentos controlados neste período.

Cabe uma reflexão em relação à pandemia, a fim de minimizar o surgimento e ou agravamento dos transtornos mentais na população. São estes: criar uma rotina diária, praticar exercícios físicos, manter contato com pessoas através dos meios tecnológicos, realizar meditação, assistir filmes, ler bons livros. A pandemia promoveu mudanças em várias esferas no mundo. Suas consequências ainda são imprevisíveis, só o futuro dirá.

A presto!

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