Erro médico levou à morte, atriz que faria 50 anos de idade em dezembro

Por Átila Soares da Costa Filho

IA cria imagen de como seria Heather O'Rourke, a doce Carol Ann Freeling, da trilogia "Poltergeist", em 2025

Você já deve ter ouvido inúmeras vezes algum desavisado vir com aquela descabida pergunta: "Sabia que a garotinha de 'O Exorcista' morreu durante as filmagens?". O ocorrido, na verdade, não se dera com Linda Blair, a endiabrada Regan McNeil da película de 1973, mas com Heather O'Rourke, a doce Carol Ann Freeling, da trilogia "Poltergeist" (iniciada em 1982), um dos capítulos mais tenebrosos - principalmente fora das telas - do gênero terror. Com perfil meigo e angelical, Heather já havia chamado a atenção de diretores e produtores ao aparecer em diversas propagandas do McDonald's desde 1980, assim como na quarta temporada de "A Ilha da Fantasia", em 1981, no episódio "Elizabeth's Baby". Mais adiante, ingressará no elenco da série "Happy Days" com 12 episódios entre 1982 e 1983 - curiosamente, interpretando outra Heather (da família Pfister). Com tão curta carreira, a loirinha ainda ganharia um prêmio "Jovem Artista" por seu trabalho em "Webster", na categoria "Melhor Jovem Atriz Convidada em Série de Televisão", no ano de 1985.

Porém, sem dúvida, foi "Poltergeist - o Fenômeno", produzido por Steven Spielberg, que lançara Heather ao estrelato mundial, e cujo "fenômeno" foi tão estrondoso que geraria mais duas continuações (nos anos de 1986 e 1988) mais um pálido remake em 2015. Com três indicações ao Oscar, o primeiro filme, lançado em 1982 e dirigido por Tobe Hooper, foi o oitavo maior sucesso de bilheteria nas salas americanas daquele ano. Com a onda das sequências "caça-níqueis" de grandes sucessos à época, é claro que o drama da família Freeling, perseguida por espíritos indígenas bem debaixo do piso de sua casa (um antigo cemitério tribal vilipendiado), não seria uma exceção. Presente nos três filmes como Carol, O'Rourke, então com doze anos de idade em sua última incursão na trilogia, se apresentava agora visivelmente inchada e abatida. A razão, ao que parece, começara em 1987 (um ano antes do lançamento de "Poltergeist III"), quando a jovem teria contraído giardíase através de água contaminada na propriedade dos pais. Não sendo o bastante, a atriz ainda revelaria ser portadora da Doença de Crohn, uma patologia inflamatória intestinal crônica e autoimune. Incurável, a moléstia também poderia acometer outras partes do tubo digestivo.

Em meio a freqüentes sessões de tratamento e injeções de cortisona no set de "Poltergeist III", Heather se esforçava para cumprir com o cronograma das filmagens. No dia primeiro de fevereiro de 1988, em meio a uma gripe, a atriz desmaia em casa e é levada às pressas ao Hospital Infantil de San Diego, quando sofre uma parada cardíaca no meio do trajeto. Hospitalizada, se descobre que a mesma, na verdade, era portadora de uma estenose pilórica – e não da Doença de Crohn, como anteriormente atestada. A estenose pilórica é a obstrução na região entre o estômago e o intestino, o que bloqueia o trânsito natural dos alimentos. Assim, a paciente precisaria urgentemente de uma cirurgia para frear o progresso da doença erroneamente diagnosticada. Na recuperação, entretanto, a menina sofre uma segunda parada cardíaca. E, lamentavelmente, eis que, no início daquela tarde, Heather vem a perder a luta contra a morte para a obstrução aguda intestinal, agravada por um choque séptico - segundo o laudo oficial. O fato é que a estenose pilórica (ou congênita) seria muito mais simples de tratar e curar, contrariamente à imaginária Doença de Crohn, que acabara induzindo a equipe médica à atrapalhada cirurgia de emergência, seguida do fatídico choque séptico.

Nascida em San Diego a 27 de dezembro de 1975, Heather Michele O'Rourke estaria completando 50 anos neste ano de 2025. E, a fim de rememorar a figura desta, que acabou por se tornar numa das mais icônicas atrizes mirins de Hollywood, o designer brasileiro Átila Soares da Costa Filho apresenta uma projeção de como seria a aparência da pequena Heather aos cinqüenta anos: "Foram feitos experimentos com três softwares de inteligência artificial para regressão de idade, mais dois programas de edição de imagens. Também dei alguns retoques artísticos de minha parte. A ideia era obter a possível aparência de uma radiante Heather, algo longe do universo macabro da trilogia que lhe deu fama mundial. Nada contra – aliás, já assisti a todos os filmes da franquia -, mas acho que seu semblante combina melhor com um mundo de luz, não de trevas", conclui o Prof.Átila Soares, especialista em Arte e Tecnologia, Antropologia e Arqueologia. Átila também é autor do projeto de reconstrução do rosto da "princesa da Disney" e líder powhatan Pocahontas (1594-1617), cujos resultados foram chancelados pela Pocahontas Foundation de Gloucester, Virgínia. Outro de seus experimentos foi o rejuvenescimento de "Tora", uma idosa do século XIII cujos restos foram objeto de um estudo no Museu da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. Os resultados apresentados por Átila foram confirmados pela arqueóloga principal da equipe, Dra. Elena Grav. O Prof.Átila ainda é membro dos comitês científicos no conselho do anuário acadêmico "Conservation Science in Cultural Heritage" / Universidade de Bolonha - Universidade La Sapienza (Roma) - Universidade de Sevilha (Espanha), na Mona Lisa Foundation (Zurique), na Fundação Leonardo da Vinci (Milão), no Centro Studi Leonardeschi (Varese, Itália), e no Comitê Nacional para a Valorização do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Roma).